NÃO DEIXE MUDO O SEU VIOLÃO
Quando não restar mais tinta na caneta, tente escrever com um pedaço de carvão.
Quando as cordas do violão arrebentarem, componha um samba de uma nota só.
Quando as palavras do poeta se sufocarem, liberte o silencioso pensamento.
Há sempre quem leia o que não foi escrito.
Quem ouça o que não foi dito.
Há sempre o grito.
O sussurro.
O murro no espelho.
A hora das asas arrebentarem o casulo!
Há sempre quem perceba o carneiro nas nuvens.
Uma boca molhada esperando pra dizer o que você já sabe.
A melodia inédita.
O buraco no coração a ser preenchido.
O mar depois da areia...
Há sempre uma camisa velha querendo ser um novo pano de chão.
Há sempre um chão querendo nos impedir de voar.
Há sempre muito mais ar!
Se faltar argila, amasse um pedaço de papel.
Se faltar alegria, compartilhe a graça da sua dor.
Se não existem mais histórias faça uma mímica.
Quando faltar emoção, simplesmente deixe as pálpebras cobrirem seus os olhos.
Por Vini
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